A escolha do tema de hoje foi complicada. Já havia evitado postar no sábado passado devido a um prova que se aproximava. Esta semana que está por vir também tenho uma prova, mas, se for me basear nisso, nunca terei tempo pra postar, decidi não adiar mais.
No inicio da semana, havia decidido que esperaria para assistir o último episódio de Lucifer e comentar sobre a série, e como foi passar pelos altos e baixos dela, mas, o fato de não conhecer bem a obra de origem, à qual de qualquer forma não é nada fiel, me fez botar na cabeça que não sou a melhor pessoa para falar sobre isso, ao menos por enquanto.
Desisti do tema hoje mesmo, de última hora, e não sabia como substituir, pensei em coisas que acabaria tendo que upar e demoraria, coisas que seriam longas demais para fazer a postagem a essa hora, até que enfim decidi fazer algo diferente, falar de um livro, no caso Fragile Things (Coisas Frágeis, na versão brasileira) de Neil Gaiman.
Descobrindo esse pequeno e belo pedaço de fantasia.
É engraçado como meu primeiro contato com o autor britânico Neil Gaiman não foi com o famoso Te Sandman, que veio a ser minha HQ favorita, nem com algum dos seus livros mais famosos. A primeira coisa que vi sobre Neil Gaiman foi um poema chamado The Day the Saucers Came (O dia em que os discos voadores chegaram).
A melhor palavra para descrever The Day the Saucers Came é "Adorável", é simples, mágico e muito lindo ao mesmo tempo, faz você se intrigar, rir e por fim, com um belo plot twist, achar a coisa mais fofa do mundo. Dias e dias lia esse poema ou via o vídeo do próprio Neil Gaiman recitando-o.
Eu não resisti, fui atrás de descobrir de onde esse poema vinha, a coletânea de contos e poemas chamada Fragile Things. Assim que pude, comprei o livro, tenho ele original em inglês, que, ironicamente, era metade do preço da sua versão traduzida. O preço original era de U$ 7,99 nos Estados Unidos, aqui, comprei por R$20,00 , isso tem alguns anos, numa época que o preço do Dólar colaborava mais.
Uma mente que não para de trabalhar.
Como já dito, o livro se trata de uma coletânea, e, no início do livro, antes mesmo das histórias e poemas, temos comentários do próprio autor acerca destes, conta como a maioria destes surgiram, sejam as motivações profissionais ou as criativas.
A obra mistura trabalhos originais com publicações diversas que já apareceram em outros trabalhos, muitos que apareceram em colaborações de Neil com outros autores, e em cada um destes é destacado isso na sua explicação prévia, tenha sido a pedido de algum dos autores, ou do(s) editor(es) da coletânea.
Temos a explicação de como surgiu Sunbird, conto feito para sua filha, depois de muitas reviravoltas que poderiam fazer da vida de Neil um conto próprio. Temos The Problem os Susan, que se embasa no universo de As Crônicas de Nárnia, contando uma história com foco em foco em Susana, a única a não aparecer no capítulo final. Goliath foi uma história que pediram para Gaiman fazer e ser colocada no site ocifial do filme The Matrix antes do lançamento.
O livro se encerra com The Monarch of the Glen, que é um spin-off de American Gods, engraçado que eu não tenha lido a obra, mas esse conto funciona bem sozinho também.
Enfim, isso é basicamente um pedacinho do que podemos notar já de cara no início do livro. Como não é um livro contínuo, você pode ver se a história de alguma história te interessou mais, você pode começar por onde quiser, pular, repetir, se divertir, aproveitar o livro da melhor maneira.
Tentar falar de cada conto e poema de maneira avulsa demoraria uma eternidade, mas tentarei falar um pouco dos que me foram mais interessantes, e tentar dar o mínimo de spoilers possível, já que são contos curtos.
O que aconteceria se Sherlock Holmes estivesse no mundo criado por H.P. Lovecraft?
Como já falei, a primeira coisa que li do livro foi The Day the Saucers Came, o qual já comentei e até postei, depois disso, quando comecei a ler o livro, decidi ir pela ordem convencional mesmo, aproveitar cada um dos contos, e o primeiro de todos é: A Study in Emerald.
Esse primeiro conto é exatamente sobre a ideia que dei neste título. É uma história de detetives que acaba nos levando a um lado misterioso, macabro e inexplicável, uma mistura de um mundo totalmente racional com um que depende do irracional, definitivamente algo interessante.
Na história que se passa na Inglaterra, acompanhamos um veterano de guerra que se torna amigo de um detetive com habilidades dedutivas muito acima do normal. O detetive é chamado para resolver um caso de um assassinato extremamente brutal.
Ao avançar da história, vemos que os Great Old Ones (entidades importantes da mitologia Lovecraftiana), tem papeis importantes na sociedade, como é mostrado no caso da Rainha, e que houve uma guerra entre estes e a humanidade.
O conto e as descobertas avançam, misturando esse ar tenebroso e as surpreendentes deduções, mas, este acaba no ápice da empolgação quando *SPOILER* descobrimos que Sherlock Holmes só aparece no final da história e não é o talentoso detetive protagonista, na verdade é muito melhor*
A busca pela Ave do Sol.
Neil Gaiman é um mestre da fantasia, e ele a aborda de uma maneira inovadora, mas sem perder a essência clássica da magia, coisa que muitos autores já abandonaram.
Neste conto, somos apresentados a um grupo com membros de características bem marcantes e diferentes, mas o que os marca como um grupo é o seu hobby: Comer, amam comer e querem comer tudo que é possível comer. O problema? Eles acreditam que já conseguiram.
Eles se reúnem e realmente não conseguem pensar em nada que não tenham comido, e quando dizem tudo, isso inclui espécies extintas como mamutes e preguiças gigantes da Patagônia. Até que um dos membros, Zebediah diz conhecer algo que eles não provaram ainda, a Ave do Sol de Heliópolis.
Eles decidem fazer a viagem, embora algo pareça muito estranho, e até duvidem da existência da ave, a qual alguns deles nem ouviram falar.
A história que já começa suficientemente criativa, vai abrindo mais espaço para a fantasia no fim, segredos sobre o clube atual e o antigo que veio antes deste vão sendo revelados, e descobrem toda a história por trás da Ave do Sol de Heliópolis, um dos alimentos mais incríveis que qualquer ser humanos já possa ter comido em vida.
Surpresas onde menos se espera.
How to Talk to Girls at Parties é um dos contos mais curiosos da coletânea. Acontecendo na Inglaterra dos anos 70 (esse cara é patriota mesmo) e acompanhando os adolescentes Enn e Vic.
Os garotos, que estão numa caçada por garotas, vão a uma festa e decidem tentar a sorte. Vic, sendo sempre mais confiante, encoraja o tímido Enn a agir.
A parte interessante começa quando ele vai descobrindo que a festa, a qual pensava serem de estrangeiros normais, na verdade é para estrangeiros de um pouco mais longe, do tipo interplanetário. E o melhor, em certos momentos isso não parece ser tão importante para um adolescente.
Um filme baseado no conto está atualmente já no estágio de pós-produção, e provavelmente deva estrear ainda no fim deste ano, embora não tenha uma data definida.
Finalizando.
Bem, falei sobre três dos contos e um dos poemas do livro, mas este tem mais de trinta. Só com o que eu falei, é possível perceber que há várias temáticas abordadas no livro, e quase todas brincam com o fantástico, que é a área onde o grande Gaiman se destaca.
Você pode não gostar de cada conto individualmente, mas é muito difícil odiar tudo, é muito variado, a não ser que você seja realmente contra a fantasia, ou goste apenas de versões mais pé-no-chão destas.
Eu devo dizer que considero esse livro uma das minhas melhores aquisições, e recomendo para qualquer um que queira.
É um livro relativamente barato e pode ser achado tanto original como em inglês, em livrarias físicas ou digitais. (No caso, eu comprei na Saraiva, embora tenha visto também em outras na época). A versão brasileira é divida em duas partes.
Até a próxima!
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No inicio da semana, havia decidido que esperaria para assistir o último episódio de Lucifer e comentar sobre a série, e como foi passar pelos altos e baixos dela, mas, o fato de não conhecer bem a obra de origem, à qual de qualquer forma não é nada fiel, me fez botar na cabeça que não sou a melhor pessoa para falar sobre isso, ao menos por enquanto.
Desisti do tema hoje mesmo, de última hora, e não sabia como substituir, pensei em coisas que acabaria tendo que upar e demoraria, coisas que seriam longas demais para fazer a postagem a essa hora, até que enfim decidi fazer algo diferente, falar de um livro, no caso Fragile Things (Coisas Frágeis, na versão brasileira) de Neil Gaiman.
Descobrindo esse pequeno e belo pedaço de fantasia.
É engraçado como meu primeiro contato com o autor britânico Neil Gaiman não foi com o famoso Te Sandman, que veio a ser minha HQ favorita, nem com algum dos seus livros mais famosos. A primeira coisa que vi sobre Neil Gaiman foi um poema chamado The Day the Saucers Came (O dia em que os discos voadores chegaram).
A melhor palavra para descrever The Day the Saucers Came é "Adorável", é simples, mágico e muito lindo ao mesmo tempo, faz você se intrigar, rir e por fim, com um belo plot twist, achar a coisa mais fofa do mundo. Dias e dias lia esse poema ou via o vídeo do próprio Neil Gaiman recitando-o.
Eu não resisti, fui atrás de descobrir de onde esse poema vinha, a coletânea de contos e poemas chamada Fragile Things. Assim que pude, comprei o livro, tenho ele original em inglês, que, ironicamente, era metade do preço da sua versão traduzida. O preço original era de U$ 7,99 nos Estados Unidos, aqui, comprei por R$20,00 , isso tem alguns anos, numa época que o preço do Dólar colaborava mais.
Uma mente que não para de trabalhar.
Como já dito, o livro se trata de uma coletânea, e, no início do livro, antes mesmo das histórias e poemas, temos comentários do próprio autor acerca destes, conta como a maioria destes surgiram, sejam as motivações profissionais ou as criativas.
A obra mistura trabalhos originais com publicações diversas que já apareceram em outros trabalhos, muitos que apareceram em colaborações de Neil com outros autores, e em cada um destes é destacado isso na sua explicação prévia, tenha sido a pedido de algum dos autores, ou do(s) editor(es) da coletânea.
Temos a explicação de como surgiu Sunbird, conto feito para sua filha, depois de muitas reviravoltas que poderiam fazer da vida de Neil um conto próprio. Temos The Problem os Susan, que se embasa no universo de As Crônicas de Nárnia, contando uma história com foco em foco em Susana, a única a não aparecer no capítulo final. Goliath foi uma história que pediram para Gaiman fazer e ser colocada no site ocifial do filme The Matrix antes do lançamento.
O livro se encerra com The Monarch of the Glen, que é um spin-off de American Gods, engraçado que eu não tenha lido a obra, mas esse conto funciona bem sozinho também.
Enfim, isso é basicamente um pedacinho do que podemos notar já de cara no início do livro. Como não é um livro contínuo, você pode ver se a história de alguma história te interessou mais, você pode começar por onde quiser, pular, repetir, se divertir, aproveitar o livro da melhor maneira.
Tentar falar de cada conto e poema de maneira avulsa demoraria uma eternidade, mas tentarei falar um pouco dos que me foram mais interessantes, e tentar dar o mínimo de spoilers possível, já que são contos curtos.
O que aconteceria se Sherlock Holmes estivesse no mundo criado por H.P. Lovecraft?
Como já falei, a primeira coisa que li do livro foi The Day the Saucers Came, o qual já comentei e até postei, depois disso, quando comecei a ler o livro, decidi ir pela ordem convencional mesmo, aproveitar cada um dos contos, e o primeiro de todos é: A Study in Emerald.
Esse primeiro conto é exatamente sobre a ideia que dei neste título. É uma história de detetives que acaba nos levando a um lado misterioso, macabro e inexplicável, uma mistura de um mundo totalmente racional com um que depende do irracional, definitivamente algo interessante.
Na história que se passa na Inglaterra, acompanhamos um veterano de guerra que se torna amigo de um detetive com habilidades dedutivas muito acima do normal. O detetive é chamado para resolver um caso de um assassinato extremamente brutal.
Ao avançar da história, vemos que os Great Old Ones (entidades importantes da mitologia Lovecraftiana), tem papeis importantes na sociedade, como é mostrado no caso da Rainha, e que houve uma guerra entre estes e a humanidade.
O conto e as descobertas avançam, misturando esse ar tenebroso e as surpreendentes deduções, mas, este acaba no ápice da empolgação quando *SPOILER* descobrimos que Sherlock Holmes só aparece no final da história e não é o talentoso detetive protagonista, na verdade é muito melhor*
A busca pela Ave do Sol.
Neil Gaiman é um mestre da fantasia, e ele a aborda de uma maneira inovadora, mas sem perder a essência clássica da magia, coisa que muitos autores já abandonaram.
Neste conto, somos apresentados a um grupo com membros de características bem marcantes e diferentes, mas o que os marca como um grupo é o seu hobby: Comer, amam comer e querem comer tudo que é possível comer. O problema? Eles acreditam que já conseguiram.
Eles se reúnem e realmente não conseguem pensar em nada que não tenham comido, e quando dizem tudo, isso inclui espécies extintas como mamutes e preguiças gigantes da Patagônia. Até que um dos membros, Zebediah diz conhecer algo que eles não provaram ainda, a Ave do Sol de Heliópolis.
Eles decidem fazer a viagem, embora algo pareça muito estranho, e até duvidem da existência da ave, a qual alguns deles nem ouviram falar.
A história que já começa suficientemente criativa, vai abrindo mais espaço para a fantasia no fim, segredos sobre o clube atual e o antigo que veio antes deste vão sendo revelados, e descobrem toda a história por trás da Ave do Sol de Heliópolis, um dos alimentos mais incríveis que qualquer ser humanos já possa ter comido em vida.
Surpresas onde menos se espera.
How to Talk to Girls at Parties é um dos contos mais curiosos da coletânea. Acontecendo na Inglaterra dos anos 70 (esse cara é patriota mesmo) e acompanhando os adolescentes Enn e Vic.
Os garotos, que estão numa caçada por garotas, vão a uma festa e decidem tentar a sorte. Vic, sendo sempre mais confiante, encoraja o tímido Enn a agir.
A parte interessante começa quando ele vai descobrindo que a festa, a qual pensava serem de estrangeiros normais, na verdade é para estrangeiros de um pouco mais longe, do tipo interplanetário. E o melhor, em certos momentos isso não parece ser tão importante para um adolescente.
Um filme baseado no conto está atualmente já no estágio de pós-produção, e provavelmente deva estrear ainda no fim deste ano, embora não tenha uma data definida.
Finalizando.
Bem, falei sobre três dos contos e um dos poemas do livro, mas este tem mais de trinta. Só com o que eu falei, é possível perceber que há várias temáticas abordadas no livro, e quase todas brincam com o fantástico, que é a área onde o grande Gaiman se destaca.
Você pode não gostar de cada conto individualmente, mas é muito difícil odiar tudo, é muito variado, a não ser que você seja realmente contra a fantasia, ou goste apenas de versões mais pé-no-chão destas.
Eu devo dizer que considero esse livro uma das minhas melhores aquisições, e recomendo para qualquer um que queira.
É um livro relativamente barato e pode ser achado tanto original como em inglês, em livrarias físicas ou digitais. (No caso, eu comprei na Saraiva, embora tenha visto também em outras na época). A versão brasileira é divida em duas partes.
Até a próxima!