Com o lançamento Capitão América: Guerra Civil chegando, todos estão decidindo que lado apoiar, mas apoiar está além de torcer por uma vitória, se trata de defender certas ações e filosofias. Hoje venho aqui pra fazer uma análise geral de ambos os lados da guerra e explicar o que e por que apoio.
Dos quadrinhos para as telonas.
Depois de alcançar um sucesso indiscutível com seu universo cinematográfico, Marvel, a Casa de Idéias, decidiu apostar em uma das suas maiores e mais aclamadas sagas para ser a nova grande adaptação.
No entanto, apesar de ser uma notícia muito agradável, devemos entender que a decisão da Marvel foi um tanto competitiva, já que no começo Capitão América 3 nem pretendia ser Guerra Civil, ao menos na divulgação, tudo se iniciou quando Batman vs Superman foi anunciado, e ambos possuíam datas próximas. Essa decisão levou a Marvel a adaptar a grande saga mesmo com um universo muito diferente daquele que existe nos quadrinhos, e, principalmente, com bem menos personagens.
Provavelmente, não serão apenas as proporções da guerra que serão diferentes, as motivações no filme parecem ser bem mais pessoais do que nos quadrinhos, e as relações entre os personagens são bem diferentes, o que pode nos levar a caminhos bem diferentes, talvez até mesmo com um final diferente do que acontece nas HQs.
O que veremos nos cinemas está mais para uma história inspirada em Guerra Civil, do que uma adaptação
propriamente dita.
Não se trata de certo ou errado.
Apesar das diferenças entre as mídias, a essência da Guerra Civil será mantida nos cinemas através do elemento mais importante da saga: Uma guerra ideológica sobre o grau de liberdade dos heróis na sociedade.
Logo de cara digo: Não importa se leu, ou quantas vezes leu, a HQ, se você acha que há um lado completamente certo e outro completamente errado, você definitivamente não entendeu nada.
Tanto nos quadrinhos quanto no cinema, a situação que nos leva à chamada Guerra Civil é uma lei feita pelo governo para regulamentar os "Superseres", decisão tomada após uma (ou mais no caso do cinema) catástrofes que ocorreram devido ao trabalho não tão cuidadoso dos heróis.
Depois disso, temos a divisão de grupos liderados pelo Capitão América e o Homem de Ferro, um defendendo a liberdade e o anonimato dos heróis, e o outro defendendo a ideia de que o povo deve ser protegido de erros como os ocorridos através da regulamentação.
Irei me aprofundar um pouco em cada lado.
Sentinela da Liberdade.
A liberdade sempre foi algo muito importante na simbologia do Capitão América, e ele está claramente disposto a defendê-la.
É mais do que óbvio que alguns heróis tem motivos para se manter no anonimato. Apesar de muitos terem força para enfrentarem seus inimigos estando mascarados, mostrar-se ao público é abrir uma brecha para ser destruído na sua vida cotidiana. Tendo suas identidades reveladas, muitos heróis estariam pondo familiares em risco, abrem caminho para terem suas carreiras e sonhos destruídos, terem suas vidas arruinadas sem precisar de um único ataque físico.
Para o Capitão América, os heróis tem direito à segurança nos seus únicos pontos fracos, eles já fazem um enorme favor ao mundo e merecem ter seu anonimato respeitado. Mantendo os seus grandes ideais, é claro que ele quer até o último momento agarrar a chance de não precisar sacrificar ninguém, um herói clássico que iria preferir morrer tentando salvar todos do que desistir.
É verdade que a liberdade é algo essencial, mas isso requer uma grande confiança, requer que você tenha a certeza de ser capaz de ser o melhor, saber que o bem vai sempre vencer. Nem todos tem essa confiança, alguns preferem a prevenção, eis que entra na história o Homem de Ferro.
Vingador Dourado.
Não é nenhuma novidade que Tony Stark é um homem que bota a razão acima da emoção. Ele sabe que nesse mundo erros acontecem, e ele prefere prevenir isso mesmo que signifique fazer alguns sacrifícios para alcançar grandes objetivos. Bem semelhante ao que Adrian Veidt faz em Watchmen, se mantendo bem longe do perfil clássico de herói.
Que Stark fez muita merda na Guerra Civil original, acho que todos estão cansados de saber, mas essas merdas não tem nenhuma ligação com o ideal que ele defende. Defender o time liderado pelo Homem de Ferro significa defender que os fins justificam os meios, significa achar que, como os heróis lutam pelo povo, eles devem estar prontos para se sacrificar pelo povo.
Considerando que os personagens não sabem que estão numa história onde o bem TENDE a vencer o mal, o Homem de Ferro tomou a decisão mais plausível em relação a nosso mundo. Dificilmente, se surgissem seres com poderes capazes de destruir cidades ou até o mundo, nossos líderes atuais deixariam eles de boa se colocando como sendo a lei, ou até acima dela.
Erros devem ser evitados previamente, e se não for possível, ao menos deve-se saber quem os cometeu e fazê-los pagar por isso, independente de serem heróis nas horas vagas ou não.
Seguindo essa filosofia, o melhor heróis é aquele capaz de evitar mais mortes, não importa o esforço, os ideais ou os meios, apenas a pura justiça, mas até onde vai a ética nisso, e como pode um heróis se manter assim?
Considerações Finais.
Guerra Civil não se trata de escolher entre certo e errado, e sim, de escolher prioridades. O ser humano necessita tanto de liberdade quanto de justiça, dificilmente sobreviveríamos numa sociedade sem regras, mas ficar totalmente preso às regras também pode fazer a vida não valer a pena.
Originalmente, ambos os lados cometem erros, todos se arrependem, mesmo lutando pelo que consideram certo. No cinema isso talvez seja diferente, embora eu espere que não, gosto dessa ideia, gosto de ver algo diferente da dicotomia de bem e mal.
Enfim, escolham seu lado, vejam com quem se identificam mais, ou simplesmente apoiem seu herói preferido, embora eu não recomende a última opção.
Até a próxima!
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